Uma das lãs mais nobres é, na verdade, um subpelo das cabras Changra, que vivem no extenso planalto de Changtang, na região de Ladakh, nos Himalaias. O termo Pashm se refere aos fios feitos desses pelos, enquanto Pashmina designa o têxtil produzido com eles. A palavra é de origem persa e surgiu na região da Caxemira. Nos séculos XVII e XVIII, esse têxtil tornou-se muito conhecido na Europa, e daí vem o nome cashmere, já que era proveniente da região da Caxemira.
Usamos apenas o cashmere de cabras de altitude, que são pastoreadas pelos nômades Changpa. Essa tribo vive no extenso planalto de Changtang, situado entre os Himalaias indianos e o Tibete. Eles emigraram para Ladakh por volta de 1960, buscando asilo devido à invasão chinesa no Tibete. Atualmente, na região de Ladakh, vivem cerca de 4.000 cabras. Durante a primavera, os pastores nômades retiram cerca de 30% do subpelo com um pente (antigamente feito de madeira). Elas não são tosadas, mas penteadas, para que possam sobreviver ao intenso frio da região, que no inverno atinge até -40°C.
O subpelo é a parte mais macia da pelagem, sendo finíssimo e leve, além de ter uma incrível performance térmica, o que permite a esses animais sobreviverem em um ambiente de invernos gélidos. É um processo totalmente manual e demorado, mas que garante a alta qualidade do produto, ao mesmo tempo em que valorizamos a cultura desses nômades absolutamente heroicos, que se adaptaram ao longo de muitos séculos à vida nesta região. Cabras, pastores e suas famílias se deslocam durante todo o verão, adotando um sistema rotativo de pastagens para não destruir seu habitat.